Se você está passando por um tratamento para depressão, já experimentou diferentes antidepressivos e mesmo assim continua se sentindo mal, saiba que você não está sozinho — e que há caminhos possíveis além da troca de medicação.
A depressão é uma condição complexa. Ela pode ter origens biológicas (inclusive genéticas), psicológicas, sociais. Por isso, o tratamento precisa ser individualizado e considerar diversos fatores além da medicação.
O que pode estar acontecendo?
1. Diagnóstico incompleto ou incorreto
Nem toda tristeza profunda ou desânimo é necessariamente depressão. Às vezes, o quadro pode envolver transtornos ansiosos, transtorno bipolar, trauma psicológico ou outras condições que influenciam o humor. Nesses casos, o uso de antidepressivos isoladamente pode não trazer melhora — ou até piorar os sintomas.
2. Depressão resistente ao tratamento
Algumas pessoas sofrem de um tipo de depressão chamado “depressão resistente”, que é quando a resposta aos antidepressivos é parcial ou inexistente, mesmo após várias tentativas. Nesses casos, o psiquiatra pode considerar outras estratégias, como:
- Combinações de medicamentos;
- Terapias adjuvantes, como o uso de estabilizadores de humor ou antipsicóticos em baixas doses;
- Outras abordagens como estimulação magnética transcraniana (EMT);
- Psicoterapia de forma mais intensiva.
3. Aspectos psicossociais não abordados
Problemas crônicos no trabalho, relacionamentos abusivos, isolamento social e dificuldades existenciais profundas podem manter a depressão mesmo com medicação. Nestes casos, a combinação entre psiquiatria e psicoterapia é essencial.
O que fazer quando os antidepressivos não funcionam?
- Evite desistir sem conversar com seu médico. É compreensível sentir frustração, mas abandonar o tratamento pode piorar o quadro.
- Busque uma segunda opinião especializada. Às vezes, um olhar diferente pode trazer novas hipóteses e caminhos.
- Considere uma avaliação mais ampla. Um bom psiquiatra investigará sua história com profundidade, considerando fatores emocionais e sociais.
Existe saída, sim
Viver com uma depressão que parece não melhorar pode ser exaustivo, mas isso não significa que você está sem saída. Com um acompanhamento cuidadoso, é possível encontrar abordagens mais eficazes para o seu caso. Não se trata apenas de “achar o remédio certo”, mas de entender a sua história de forma aprofundada.
Texto revisado por Dra. Andressa Teixeira Costa, CRM 73578 RQE 54050